Nas próximas décadas, as regiões Sul e Sudeste do Brasil podem enfrentar um aumento significativo nas precipitações: estimativas indicam que, até o ano 2100, a média anual de chuvas pode crescer em torno de 25%, conforme dados apresentados pela cientista Thelma Krug, durante o ciclo Debates pelo Clima, organizado pela Embrapa em Porto Alegre.
A pesquisadora destacou o ritmo acelerado das transformações climáticas, que já preocupa a comunidade científica, especialmente diante da persistência de inundações na região Sul.
A Dra. enalteceu a urgência do problema. Em conjunto com os demais resultados dos debates, um documento será consolidado para ser entregue à organização da COP30, reforçando a relevância das temáticas regionais, como o Pampa e a Mata Atlântica, tratados nos encontros realizados em Porto Alegre.
Alto Uruguai Gaúcho
Estudos históricos com séries pluviométricas de 1961 a 2014 mostraram que chuvas muito intensas (acima de 157,4 mm em séries de cinco dias) vêm ocorrendo com frequência crescente.
Eventos extremos nos anos de 1992 e 2014, com acumulados chegando a 328 mm e 367 mm, respectivamente, indicam um padrão de precipitação severa cada vez mais recorrente. A região entende, portanto, que a adaptabilidade a esses acumulados críticos é essencial diante da projeção de aumento geral de chuvas.
Alto Uruguai Catarinense
Embora o foco dos estudos costume ser mais voltado ao manejo hídrico e à qualidade da água, pesquisas demonstram a adoção de sistemas de captação capazes de descartar os primeiros milímetros de chuva — mais carregados de contaminantes — antes do aproveitamento da água para alimentação animal.
Isso mostra preocupação com a variabilidade na chuva, especialmente em eventos intensos, embora não forneça projeções explícitas sobre o aumento do volume pluviométrico futuro.